SOLIDÃO...

Solidão.
Passei esses dias pensando nisso, vivendo isso, vendo e sentindo o gosto disso.
Sumi um pouco do blog e de todos os outros lugares, mas como todas as minhas crises, essa foi mais uma, de outras...que vem e vai. Mais uma crise, que vem para confundir, para trazer a duvida, se são crises de solidão em meio a todo o resto, ou se é ao contrário.
Esses dias me serviram para pensar, pensar em muita coisa e ao mesmo tempo pensar em nada.
Já estou saindo do foco, antes mesmo de começar, mas ok, essa sou eu.
Solidão baby.....solidão.
Mais do que um prato que se come frio, esse é um prato amargo e infindável, que se come sozinho. É uma cruz que foge daquela regra de que cada um carrega uma cruz do tamanho que pode carregar, que aguenta.
Não sei até onde isso vai, ou onde deixa de ser teórico e passa a ser prático. Só sei que a longo prazo isso cansa, isso cansa e dói.
Não é só a solidão literal, de estar sozinha em um lugar, não é só o físico, porque de tudo isso, o sentido físico disso é o que menos importa. Falo da coisa toda, de se sentir sozinha em espaço físico, de se sentir sozinha nas idéias, nas palavras, nos conceitos, nos ideais...
As vezes é como ser um soldado sozinho, pisando em território inimigo, atmosfera hostil, sem a menor chance de interação, com nada, nem com ninguem...aniquilação declarada. E as vezes é um lapso repentino, como se fosse aquele típico ser humano estraga prazer que aparece em um momento bom, para te fazer lembrar de coisas ruins.
Nessa terra de solidão, inconstância é a lei. Isso não tem começo, não tem final, não tem parâmetros......
Seria muito útil, se fosse controlável, se desse para medir, calcular, e fazer um estudo com índices e porcentagens, até chegar a algum resultado que servisse para alguma coisa.
Solidão é só mais uma coisa negligenciada pela maioria das pessoas, seja por querer, ou sem querer. É só mais uma transparência no mundo, não é interessante e não tem nada de bom.
No máximo, cria uma reclusão que rende alguns momentos de reflexão, e talvez isso forme algo propício para gerar idéias que sejam aproveitaveis em algum lugar. Ainda, que de tudo isso, saia algo bom, é um preço muito alto a se pagar.
A solidão é morbida, é anônima e corrói..... é o dia cinza que atrapalha curtir a praia, o dia cinza que ninguem gosta, pouco atraente, desestimulante. É uma "subvida" que toma o controle de tempos em tempos, e faz tudo ficar diferente, desagradavelmente diferente.
E no meio disso , no meio dessa "subvida", tem gente, gente que vive isso a sua maneira, as vezes escandalizando para desabafar, as vezes aguentando calado. Cada um segue driblando isso do jeito que pode, transformando num martírio, numa doença, ou apertando o botão do foda-se e criando sua propria disneylandia oculta.
O estereotipo de quem se sente sozinho, é qualquer um que não seja aquilo que todo mundo quer ser, qualquer um que seja sinônimo de exclusão. Segundo a tradição, os solitários são anormais com óculos fundo de garrafa e ar esquisofrênico, são pessoas estranhas, que não se encaixam nos moldes impostos... gente com problema.
As pessoas associam a imagem de uma pessoa que sente solidão, com o rejeitado problematico que tem deficiência social, que respira sindromes e conspirações.
Mas ao contrário da lenda, ela não é exclusividade dos excluídos ou dos diferentes, ou dos esquisitos, ela é como uma virose que atinge quem tiver "imunidade baixa".
Ela está ai, para apertar, para jogar na cara, para por para baixo, para infernizar...
Ela está ai, complexa, difícil de explicar, difícil de entender e difícil de sentir.
É a versão podre da tal florzinha do campo, que nasce sem ninguem plantar.É aquela espinha purulenta na ponta do nariz que todos repudiam.



Ao som: Lacuna Coil - Closer